Uma pausa neste interregno impõe-se.
Após 4 meses de ausência, devida à falta de assuntos que me motivem e principalmente à falta de tempo resultante da rotina imparável do dia-a-dia, é hora de regressar ao meu campo cor-de-rosa.
Desta vez não há desculpas. Não vou deixar para depois. Desta vez tem mesmo de ser. Messsssmooooo de ser.
E tudo começa num dia desta semana, em que me foi explicada a história de um cliente que sofre de doença prolongada, situação para a qual não há mais volta a dar. Uma questão de tempo. Nada mais. O doente decidiu doar o seu corpo, ou em termos mais rigorosos, o seu cadáver para fins de ensino e investigação científica. Ora, a mim incumbe-me estudar o regime legal respectivo e preparar o documento que o doador vai assinar e através do qual determina que quando falecer o seu cadáver será entregue a uma faculdade de medicina. Tudo em nome da Ciência. Fiquei logo sensibilizada com o tema. Senti de imediato uma vontade enorme de colocar todos os outros trabalhos que tinha em mãos e me dedicar afincadamente apenas e só a este caso. Tenho feito pesquisa atrás de pesquisa, atrás de pesquisa. E no que toca à doação de cadáver para fins de ensino, o trabalho não acabou, e por isso não me alongo muito sobre o tema. Todo o tempo a que me tenho dedicado a este “trabalho” fez-me entrar no mundo das doações. Falo não só de cadáveres, como de órgãos e ainda de medula.
Agora sei que as faculdades de medicina quase não recebem cadáveres. A Faculdade de Coimbra, por exemplo, recebeu apenas 9 cadáveres nos últimos 9 anos!, pelo que o ensino dos nossos futuros doutores fica seriamente comprometido. Agora sei que há que sensibilizar a população para este tema, fazer passar a importância de doar o nosso corpo para que a medicina não pare de evoluir, e afinal para que possamos contribuir para que os nossos familiares que cá ficarem depois de nós possam beneficiar de novos e mais eficazes tratamentos.
Hoje sei que quando morrermos, e salvo se manifestarmos expressamente vontade contrária, somos considerados potenciais dadores de órgãos, se os nossos órgãos estiverem saudáveis e estiverem verificados alguns requisitos legais, claro.
Fiquei também a saber que podemos dar alguma ajuda em vida, podemos fazer uma acção que pode salvar vidas, mesmo! Quer dizer, sempre ouvi nos telejornais ser debatido a necessidade de alguns doentes receberem sangue, algum órgão ou medula, mas nunca me havia deparado com a facilidade em, por exemplo, nos tornarmos dadores de medula. Vejamos, uma pessoa que tenha entre 18 e 45 anos e que se queira tornar dador de medula tira sangue e passa a integrar o Registo Nacional de Dadores Voluntários de Células de Medula Óssea. Se alguma vez algum doente precisar de medula e o dador for compatível, esse dador será chamado. O processo de doação de medula pode ser feito através de dois meios: Colheita a partir da medula óssea - Células progenitoras colhidas do interior dos ossos pélvicos. Requer geralmente anestesia geral e uma breve hospitalização; Colheita de células progenitoras periféricas - Colheita feita no sangue periférico, através de um processo chamado aférese, em que o dador tem de tomar previamente um medicamento que é um factor de crescimento que vai fazer aumentar a produção de células progenitoras no sangue. Quer dizer, se doarmos medula através deste segundo meio, mais não teremos de fazer do que tirar sangue. E foi esta a informação que me fez abrir os olhos, porque por ignorância sempre imaginei que estas doações implicassem hospitalizações, cirurgias, todo aquele cenário complexo que acaba por nos levar a não ajudar. Neste âmbito é importante esclarecer que a medula é um tecido regenerável, e portanto o dador pode doar várias vezes na vida. Outro ponto muito importante é que o dador não é obrigado a doar, ele pode desistir a qualquer altura.
Caramba, não valerá passar por uma transfusão de sangue e com isso poder salvar a vida de uma criança, por exemplo? Hell yeah!!! Já imaginaram o efeito na vida do doente? Na sensação que isso dá? Nas transformações que podem provocar na nossa personalidade? No modo como vemos a vida? Nas nossas prioridades? É por isso que decidi que o quanto antes vou por de lado o pouco amor que tenho às agulhas, e avançar. Tornar-me uma potencial dadora de medula. ![]()
Alguma da informação sobre doação de medula foi retirada deste site
Vão lá se quiserem obter mais informação!
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